As redes sociais e a vertigem do turbilhão das emoções emuladas

Já viu alguém passar por isso? Muitas pessoas estão sendo levadas a padrões emocionais decorrentes de uma espiral de sentimentos emulados de terceiros. Aprenda mais sobre o problema e como se proteger dele.

A alegria esfuziante, estampada em tantos e tantos perfis nas redes, em páginas que parecem comerciais de margarina, faz com que muitos sintam que não estão vivendo tudo aquilo que poderiam. De forma consciente ou inconsciente, muitos se questionam sobre o motivo de não estarem também tão contentes e irradiantes.

Por seguirem o fluxo de um mundo cada vez mais convencido de que "o marketing é a alma do negócio", acabam por replicar, reconstruir, emular os perfis mais irradiantes: por fora, vendendo alegria; por dentro, cada vez mais deprimidos por imaginarem que não estão vivendo tudo que poderiam. Buscam, então, todo tipo de ideias que possam servir como motivo para as faltas, os vazios e os maus sentimentos que por vezes possam sentir.

Enquanto isso, cada vez mais, as páginas dos perfis e as "timelines" vão ficando mais e mais repletas de sorrisos super contentes, poses insinuantes, demonstrações de afeto exagerado, beicinhos no reflexo do espelho, carinhos ultra amorosos no animalzinho de estimação, abraços emocionados em cenários cinematográficos... Tudo sempre exagerado! E, se possível, tudo editado em programas que aplicam correções e efeitos de imagem para que as pessoas pareçam mais e mais bonitas! Tudo embalado em posts com frases de efeito que até parecem belos poemas, mensagens emocionantes...

Mas, então, chega a hora! A hora do sentimento da inveja reprimida, pessoa que fica com raiva da outra, só remoendo rancor... A hora do sentimento da cobiça, pessoa que quer, ou finge que não quer, aquilo que, por vezes, a outra faz tanta força pra fingir que gosta... A hora do sentimento da tristeza, a pessoa começa a olhar pra própria vida e lamuriar, e tome mimimi!

Aí, por fim, vem a hora do sentimento da raiva, porque muita gente aprendeu com os filmes uma coisa muito ruim e destrutiva: transformar tristeza em raiva, a pessoa começa a intuir que vai ficar um pouquinho pra baixo e já começa a franzir a testa, a apertar a boca (o beicinho de Jolie vira um botão de lapela de camisa...), e vai travando os dentes pra falar abafado, e, por fim, vai procurar qualquer faísca pra explodir de uma vez! E, nessa hora, ai de quem estiver por perto! E grita, e xinga, e manda o animalzinho de estimação pra fora, e chega a querer bater nas coisas e até nos outros...

E, depois da explosão de ira, a adrenalina abaixa novamente e a tristeza, a depressão, volta até pior que antes. E, volta mesmo! Volta porque a adrenalina da ira não é remédio pra coração amargurado, nem pra orgulho ferido!

Mas, então, o que fazer? Como não cair no turbilhão das emoções emuladas? Alguém pergunta. Alguém que fala que conhece uma pessoa que precisar sair desse turbilhão. Ou, alguém que não deixa de vestir a carapuça, pois já entendeu que se esconder de si mesmo não contribui em nada com o desenvolvimento pessoal.

O que fazer, em tal caso, é até razoavelmente simples: basta lembrar que tudo começou com espiadas nas imagens que as pessoas tentam passar de suas vidas, olhando para o jardim dos outros, ao invés de regar o seu próprio jardim, de conhecer suas próprias belezas e peculiaridades, de buscar conduzir as flores das emoções da melhor forma, de ir tirando as pragas que estragam tudo com sentimentos ruins, mágoas, desilusões e depressões; basta lembrar, também, que o outro pode estar escondendo atrás de flores de plástico, flores artificiais, falsas, tantas angústias e defeitos que nem se pode imaginar, e que o outro pode estar precisando mais de uma atenção sincera do que de uma admiração invejosa ou de críticas afoitas e desordenadas.

Então, lembre-se também que ao emular as emoções dos outros — buscar viver aquilo que os outros vivem —, podemos até mesmo estar trazendo para nossa vida os problemas e as angústias da vida dos outros.

Portanto, procure não fazer do outro um espelho para comparar a sua vida com a vida dos outros. Não cobice o que é do próximo e nem seja um fã a copiar seu ídolo. A cobiça e a idolatria são más conselheiras e embaralham os sentimentos num turbilhão de emoções emuladas.

Faça como quem segue os ensinamentos da Bíblia, porque quem evita os pecados protege o coração das trevas!

Publicado por aprendaemsegundos.com
Este conteúdo é mantido regularmente atualizado desde 30/11/2019.

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